Quando o Vício aduba a Virtude

"O vício é muitas vezes o estrume da virtude. O que não impede que a virtude seja uma flor cheirosa e sã."

Machado de Assis

Não é incomum que o motivo de pessoas quererem mudar hábitos, atitudes, sua forma de lidar com as coisas seja justamente o mal que esse "jeito errado" de agir tem causado. Por isso, é compreensivo o que Machado de Assis coloca na boca de um de seus personagens que "o vício é o estrume da virtude" no sentido de ser seu esterco, cumprindo, na virtude, o mesmo efeito germinativo que o esterco causa à flor: o vício (o defeito, o agir mal) e seus efeitos causando na pessoa o desejo de mudança para o que ele chama de virtude (a qualidade, o agir bem). E mesmo em meio aos atos deletérios, cada ato virtuoso deve ser louvável, reconhecido, valorizado (Sr+). "O vício não impede que a virtude seja uma flor cheirosa e sã". E há de se saber, não há mudança que não lide, na sua evolução, com o fato de se agir da forma não desejada enquanto nasce e se desenvolve essa nova forma de ser.

Sugestão de leitura

MACHADO DE ASSIS - Memórias Póstumas de Brás Cubas