O Homem Cotidiano não gosta de demorar

Ricardo Borges

8/9/2024

"O homem cotidiano não gosta de demorar. Pelo contrário, tudo o apressa. Ao mesmo tempo, nada lhe interessa além de si mesmo"

Albert Camus.

Essa percepção sobre a pressa do ser humano, da sua intolerância à lentidão, à demora, dessa impaciência é produto de um tempo bombardeado por cliques rápidos, posts curtos, realização imediata da curiosidade, resposta rápida á auto-exposição, velocidade da luz de um mundo conectado?

Poderia ser. Mas a percepção citada é de Albert Camus na obra O Mito de Sísifo, de 1942. Isso mesmo. Uma época distante da internet e da velocidade do mundo virtual, no meio da Segunda Grande Guerra, com a televisão sendo ainda objeto de consumo raro e ainda muito precário, tempo em que se esperava semanas, senão, meses para receber a resposta de um carta e o telefone era a tecnologia da rápida comunicação.

Será que cada época produziu essa mesma sensação de que o homem perdeu a capacidade de ruminar o momento? A sensação de que o humano se voltou para si e não se interessa por nada além de si mesmo? Se sim, é essa uma condição humana? Um bicho apressado e ensimesmado?

Sugestão de leitura

  1. ALBERT CAMUS, O Mito de Sísifo

  2. ZYGMUNT BAUMAN, Tempos Líquidos